terça-feira, 17 de novembro de 2009

Continuando a Caminhada...

Após um dia de aclimatação em Namche, a caminhada segue até o vilarejo de Pheriche, a 4.267 metros de altitude, onde se passam duas noites. Ali existe uma clínica médica tocada por voluntários, que ajudou muito a reduzir a mortalidade de alpinistas e trekkers acometidos pelo "mal da montanha" (mais adiante falo sobre isso).
Mais algumas horas de caminhada, chega-se a Lobuje (4900m). As descrições deste lugar são assustadoras. Lobuje é um lugar soturno, repleto de alpinistas, sherpas e barracas, e de uma imundície espetacular. Os banheiros transbordavam de fezes e tinham aspecto tão abominável que a maioria preferia fazer as necessidades a céu aberto.
Pilhas de fezes humanas espalhadas por toda a parte tornava impossível não pisar nelas. Um rio de neve derretida no meio da aldeia era na verdade um esgoto a céu aberto. Pulgas e piolhos infestavam os colchões do alojamento. Para aquecer, queimava-se esterco seco de iaque. Dadas as condições de higiente, diarréias impiedosas são comuns.
Lobuje situa-se à beira do glaciar do Khumbu. Glaciar é uma espécie de rio permanentemente congelado, e este é a entrada do vale situado entre o Everest e o Lhotse, começo da escalada.
Porém, não é tão simples de ser atravessado. A latitude desta região é tropical, então a temperatura varia muito entre o dia e a noite. Essa variação faz com que os blocos de gelo do glaciar tornem-se relativamente móveis. É preciso extremo cuidado ao caminhar…

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